Amazul participa da inauguração da 7ª cascata de ultracentrífugas da INB
05/09/2018 às 20:16

Amazul participa da inauguração da 7ª cascata de ultracentrífugas da INB
A Amazul participou no final de agosto da inauguração da 7ª cascata de ultracentrífugas, localizada na Fábrica de Combustível Nuclear (FCN) da Indústrias Nucleares do Brasil (INB), em Resende (RJ). Resultado de uma parceria com o Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP) e o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen/Cnen), a cascata aumenta em 25% a produção de urânio enriquecido no País.
O diretor técnico-comercial da Amazul, Luciano Pagano Junior, compareceu à cerimônia, na qual estavam presentes o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, e representantes de diversas instituições e entidades como Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben), Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Comando da Marinha, Diretoria-Geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. (Nuclep), Agência Naval de Segurança Nuclear e Qualidade, Eletronuclear, Associação Brasileira para o Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan), entre outros.
A inauguração faz parte da 1ª fase da implantação da Usina de Enriquecimento Isotópico de Urânio, projeto em conjunto com a Marinha do Brasil que visa à instalação de dez cascatas de ultracentrífugas, e deverá, ao fim, atender cerca de 70% da demanda de urânio enriquecido necessário para uma recarga de Angra 1.
Já a segunda fase, prevista para ser iniciada em 2020, visa à instalação e ao comissionamento de mais 30 cascatas de ultracentrífugas, o que dará à INB capacidade para atender plenamente as recargas de Angra 1 (capacidade elétrica instalada de 640 megawatts - MW) e Angra 2 (1.350 MW), em operação, bem como Angra 3 (1.405 MW), em construção, atingindo uma escala comercialmente sustentável de produção.
Importância da cascata
Com a cascata, a INB agora tem condições de produzir cerca de 50% do necessário para uma recarga anual da usina nuclear Angra 1.
"Já realizamos quatro das cinco etapas de produção do combustível nuclear: a mineração e o beneficiamento de urânio, a produção de pó e pastilhas de dióxido de urânio, a fabricação e a montagem do elemento combustível. Como já temos o conhecimento necessário, esperamos poder realizar no futuro a etapa de conversão em escala industrial”, declarou Reinaldo Gonzaga, presidente da INB. “Assim, teremos a total independência produtiva nos processos do ciclo do combustível nuclear, motivo de orgulho para qualquer país”, completou.
Segundo o diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico da Marinha, almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, a 7ª cascata de ultracentrífugas é um marco significativo para a ampliação da infraestrutura industrial brasileira na área nuclear. "Entre os diversos desafios tecnológicos para o domínio do ciclo do combustível nuclear, o enriquecimento isotópico do urânio é a etapa de maior complexidade, somente alcançada por um seleto grupo de 12 países”, disse. “A INB vem empregando essa tecnologia para produção de urânio enriquecido no país, reduzindo a importação desse serviço tecnológico de elevado valor agregado, e suprindo as demandas nacionais por combustível nuclear, em particular para os reatores da Eletronuclear em Angra dos Reis.”
O ministro Gilberto Kassab lembrou que o País atravessa um momento de limitação de recursos orçamentários e frisou a importância do aumento da capacidade de enriquecimento de urânio para reduzir os custos do setor nuclear. "Com a inauguração de mais essa cascata, nós consolidamos a credibilidade de nosso programa nuclear e o apoio da sociedade brasileira. Que possamos mostrar ao próximo governo o quanto serão importantes os investimentos necessários para atingirmos os objetivos. Nós nos esforçaremos muito para que seja entendido pelo próximo governo que essa finalização é uma prioridade para o nosso País", pontuou.
Usina de Enriquecimento de Urânio da INB
Desde o ano 2000, já foram investidos R$ 560 milhões no empreendimento e a previsão é de que até 2033 o aporte total chegue a R$ 3 bilhões. A primeira fase deverá terminar em 2021. Os módulos que receberão as cascatas 8, 9 e 10 deverão ter a sua infraestrutura terminada em 2018. Os inícios de comissionamento deverão ser em 2019 (cascata 8), 2020 (cascata 9) e 2021 (cascata 10).
Com a conclusão da segunda fase, o empreendimento atenderá à meta estratégica da INB de reduzir a sua dependência em relação aos recursos financeiros provenientes do Tesouro Nacional.
O Brasil faz parte de um seleto grupo de 12 países reconhecidos internacionalmente pelo setor nuclear como detentores de instalações para enriquecimento de urânio com diferentes capacidades industriais de produção. São eles: Estados Unidos, China, França, Japão, Paquistão, Rússia, Holanda, Índia, Irã, Alemanha e Inglaterra.
Com informações da Aben e da INB
Foto: Assessoria de Comunicação/MCTIC