Marinha inicia montagem final do primeiro submarino convencional do Prosub
20/02/2018 às 17:46

Marinha inicia montagem final do primeiro submarino convencional do Prosub
Com a presença do presidente da República, Michel Temer, e do ministro da Defesa, Raul Jungmann, a Marinha do Brasil iniciou em 20 de fevereiro a fase de integração dos quatro submarinos convencionais da Classe Riachuelo previstos no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), um dos maiores projetos tecnológicos em andamento no País.
O marco desta nova fase do Prosub acontece no Complexo Naval de Itaguaí, com o início da montagem final do “Riachuelo”, o primeiro dos submarinos convencionais do programa a ter unidas todas as seções que formam o casco e os múltiplos sistemas já instalados em cada uma delas.
Essa fase, de elevada sofisticação tecnológica, é a última antes do lançamento do submarino ao mar, previsto para o segundo semestre deste ano.
No dia 14 de janeiro, as seções de vante (S4, S3 e 2B) já integradas, pesando 619 toneladas, com 39,86 metros de comprimento e 12,30 metros de altura foram transportadas por um veículo especial de 320 rodas, por um trajeto com cerca de cinco quilômetros, desde a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM) até o Estaleiro de Construção. O trajeto foi percorrido em 11 horas.
A segunda seção (2A), com 370 toneladas e 18 metros de comprimento, foi transferida em 4 horas no dia 4 de fevereiro. A última seção (S1), com aproximadamente 190 toneladas e 14 metros de comprimento, teve sua movimentação concluída no dia 8 de fevereiro, em cerca de 3 horas.
O processo exigiu um planejamento de meses que incluiu, entre outras ações, a adequação de trechos da rede elétrica em relação à seção de maior altura e interrupções pontuais do tráfego na BR-493.
O Brasil conta atualmente com cinco submarinos, sendo um da Classe “Tikuna”, construído no Brasil e que ficou pronto em 2008, e quatro da Classe “Tupi”, sendo o primeiro construído na Alemanha entre 1987 e 1989 e os outros três, iguais ao alemão, montados no Brasil, mas sem transferência de tecnologia, nas décadas de 1990 e 2000.
O Comandante da Marinha, Almirante de Esquadra Eduardo Bacellar Leal Ferreira, ressaltou a importância do projeto na recuperação da capacidade do país em produzir submarinos. “O Prosub constitui a base de conhecimento, para que, junto com o Programa Nuclear da Marinha, consigamos avançar com o projeto em andamento de construção dos submarinos de propulsão nuclear. Esses meios, quando concluídos, serão integrados à Esquadra e empregados na defesa dos interesses marítimos brasileiros. Um país cada vez mais dependente do mar para a sua prosperidade jamais poderá prescindir de uma força naval moderna e capacitada”, concluiu.
Prosub
Além da construção concomitante de quatro submarinos convencionais, o Prosub prevê o projeto e a construção do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear e a infraestrutura necessária à construção, operação e a manutenção dos dois modelos. O Prosub também contempla a construção de um complexo de infraestrutura industrial e de apoio à operação dos submarinos, que engloba os Estaleiros, a Base Naval e a Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM), no município de Itaguaí. A Amazul é uma das empresas participantes do Prosub.
O Prosub é parte essencial do investimento da Marinha na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria de defesa para proteger a área marítima de cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados denominada Amazônia Azul, onde se concentram 90% das jazidas brasileiras de petróleo natural, entre outras riquezas minerais, e por onde circulam 95% das importações e exportações brasileiras.
O programa conta com forte participação de universidades e centros de pesquisa, o que gera, entre outros benefícios, transferência e desenvolvimento de tecnologias, processos e materiais avançados, fomento ao desenvolvimento da base industrial brasileira de defesa, capacitação de profissionais em atividades altamente especializadas e milhares de empregos diretos e indiretos.
O Prosub vem dotando a indústria brasileira da defesa com tecnologia de ponta, em especial a nuclear, ponto destacado na Estratégia Nacional de Defesa. A concretização do programa fortalece, ainda, setores da indústria nacional de importância estratégica para o desenvolvimento econômico do País. Priorizando a aquisição de componentes fabricados no Brasil para os submarinos, o Prosub é um forte incentivo ao parque industrial nacional.
Apenas seis países no mundo constroem e operam submarinos com propulsão nuclear - Estados Unidos, Reino Unido, Rússia, França, China e Índia. Destes, o único que concordou em transferir tecnologia ao nível requerido e capacitar os brasileiros a projetar e construir submarinos foi a França.
No que se refere especificamente à área nuclear, no entanto, não há troca de conhecimentos. Toda a tecnologia nuclear para o Prosub está sendo desenvolvida no Brasil, por meio do Programa Nuclear da Marinha (PNM), nas instalações do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).
Fonte: Centro de Comunicação Social da Marinha
Foto: Capitão-Tenente Fabricio Costa