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Prosub: investimento na força naval e na indústria de defesa

Prosub: investimento na força naval e na indústria de defesa

11/12/2018 às 10:09

Prosub: investimento na força naval e na indústria de defesa

Com dimensões continentais de 8,5 mil quilômetros de costa, o Brasil tem o mar como forte referência em todo o seu desenvolvimento, sendo fonte de riquezas minerais, energia e alimentos.  É nessa área marítima que os brasileiros desenvolvem as atividades pesqueiras, o comércio exterior e a exploração de recursos biológicos e minerais. O mar é o caminho de 95% de nossas exportações e importações e guarda cerca de 90% do petróleo nacional. A imensa riqueza das águas, do leito e do subsolo marinho nesse território justifica seu nome: Amazônia Azul.

A Amazônia Azul cobre uma área de 3,5 milhões de quilômetros quadrados. O Brasil pleiteia na  Organização das Nações Unidas (ONU) a ampliação dessas fronteiras para os limites da plataforma continental, o que deve elevar a área marítima para cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados – o equivalente à metade do território terrestre brasileiro.

Para proteger esse patrimônio natural e garantir a soberania brasileira no mar, a Marinha do Brasil investe na expansão da força naval e no desenvolvimento da indústria da defesa. Parte essencial desse investimento é o Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub). A Estratégia Nacional de Defesa, lançada em 2008, estabeleceu que o Brasil tivesse "força naval de envergadura", incluindo submarinos com propulsão nuclear. Neste mesmo ano, foi firmado um acordo de transferência de tecnologia entre Brasil e França.  

O Prosub viabiliza a produção de quatro submarinos convencionais e culminará na fabricação do primeiro submarino brasileiro com propulsão nuclear, previsto para estar pronto em 2029. Apenas  seis países no mundo constroem e operam submarinos com propulsão nuclear - Estados Unidos,  Reino Unido, Rússia, França, China e Índia. Destes, o único que concordou em transferir  tecnologia ao nível requerido e capacitar os brasileiros a projetar e construir submarinos foi a França.

No que se refere especificamente à área nuclear, no entanto, não há troca de conhecimentos. Toda a tecnologia nuclear para o Prosub está sendo desenvolvida no Brasil, por meio do Programa Nuclear da Marinha (PNM), nas instalações do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP).

No dia 20 de fevereiro deste ano, teve início a montagem final do Riachuelo, o primeiro dos submarinos convencionais do programa a ter unidas todas as seções que formam o casco e os múltiplos sistemas já instalados em cada uma delas. Esta fase, de elevada sofisticação tecnológica, foi a última, antes do lançamento do submarino ao mar.

Benefícios tecnológicos

Um dos aspectos mais notáveis do Prosub diz respeito ao arrasto tecnológico a ser vivido pelo  País, em função da transferência de tecnologia, que garantirá ao Brasil a capacidade de projetar,  construir, operar e manter seus próprios submarinos convencionais e com propulsão nuclear. A participação das universidades, dos institutos de pesquisas e da indústria nacional na execução das atividades do Prosub assegura a disseminação do conhecimento no País.

As principais tecnologias envolvidas no Prosub tem utilização dual, podendo ser usadas em outras áreas da indústria. Merecem destaque: o projeto e construção de uma infraestrutura industrial de  construção naval moderna; o complexo projeto do submarino com propulsão nuclear, que envolve diversas áreas de engenharia; técnicas modernas de construção naval; desenvolvimento de sistemas de controle integrado; nacionalização de equipamentos e sistemas; desenvolvimento de laboratórios de ensaios e testes para diversas aplicações; projeto e construção de uma planta de propulsão nuclear; integração de sistemas; definição de novas regras para licenciamento nuclear e aprimoramento de processos e ferramentas de gestão de projetos complexos.

 

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