Realidade virtual no IEN
07/02/2017 às 09:39

O Laboratório de Realidade Virtual (LabRV) do Instituto de Engenharia Nuclear (IEN) desenvolve vários produtos que aplicam as técnicas de Realidade Virtual (RV) na área nuclear.
Criado há dez anos, o grupo desenvolve diversos aplicativos, entre estes os de proteção física e nuclear para grandes eventos, como a simulação da atuação de técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e de instituições de segurança nacional no estádio do Maracanã nas Olimpíadas de 2016.
O aplicativo desenvolvido pelo grupo de RV foi empregado na análise e melhoria dos procedimentos das forças de segurança nacional. Esse programa de computador é o objeto da tese de doutorado do aluno Cláudio Passos no Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) da UFRJ, orientada pelo coordenador do grupo de RV do IEN, Antônio Carlos de Abreu Mól.
Também na área de proteção física e nuclear está sendo desenvolvido o software denominado “IEN Virtual” para um futuro treinamento da equipe responsável pela proteção física do instituto. De acordo com a norma CNEN NE 2.01, a proteção física compreende “evitar sabotagem; impedir roubos; havendo roubo, prover meios para a localização e recuperação do material; e defender o patrimônio e as pessoas”.
Na área de radioproteção, foi desenvolvido o modelo virtual de um depósito de rejeitos radioativos, onde é possível delinear a malha de taxas de dose (medida do efeito biológico da radiação) com o objetivo de planejar a disposição dos materiais em cada lugar da instalação. Nesse produto, a taxa de dose é representada por marcadores que indicam a intensidade desta grandeza por meio de uma escala de cores e altura.
Esses são alguns dos produtos do LabRV desenvolvidos em uma plataforma de núcleo de jogo (game engine), que é um programa de desenvolvimento de jogos eletrônicos adquirido pelo laboratório. Para propiciar maior sensação de imersão nos ambientes virtuais, tais produtos podem ser visualizados em equipamentos de visão estereoscópica com os quais o usuário se sente presente no ambiente simulado.
Outro projeto concluído do grupo de RV do IEN é o software que simula uma visita técnica ao Reator Argonauta. Por exemplo, um aluno do ensino médio com menos de 16 anos, e que portanto não possa, por norma da CNEN, ter acesso a esta instalação nuclear, tem a possibilidade de fazer uma visita simulada, recebendo dos personagens virtuais explicações sobre procedimentos de segurança e aspectos técnicos do funcionamento da instalação e seus sistemas associados.
Mais recentemente, a atenção do grupo está voltada para as aplicações da energia nuclear na área de saúde. O objetivo é aplicar a RV no treinamento de profissionais, capacitação de alunos e conscientização do público em geral sobre os benefícios desta forma de energia.
Nessa linha de pesquisa, já foi construído o modelo virtual de uma clínica de radioterapia, baseado nas plantas de clínicas de radioterapia que o Ministério da Saúde pretende construir em vários locais do Brasil.
Eventos de divulgação científica
Para difundir a técnica de RV há um grupo de exibição do LabRV que teve a oportunidade de participar de três eventos de divulgação científica em 2016 direcionados a estudantes e ao público em geral: a 68ª Reunião da SBPC Jovem em Porto Seguro (Bahia), a Semana de C&T no Observatório Nacional no Rio de Janeiro, e o Mundo MCTIC em Brasília. Em todos, o grupo recebeu um grande número de visitantes.
Para as apresentações nesses eventos, o grupo dispõe de uma série de equipamentos específicos de RV, como um aparelho de TV 3D para exibição de vídeos de divulgação científica visualizados com o uso de óculos polarizados. Também é feito uso de óculos de visão estereoscópica - as imagens são produzidas em aparelhos de telefonia móvel encaixados nesses óculos. Mas o carro-chefe das apresentações são os óculos Rift, aparelho mais sofisticado que gera sensação extremamente convincente de imersão no ambiente virtual.
Henrique Davidovich - Assessoria de Comunicação do Instituto de Engenharia Nuclear (02/02/2017)