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Rosatom apresenta tecnologia de pequenos reatores em seminário na Amazul

Rosatom apresenta tecnologia de pequenos reatores em seminário na Amazul

29/08/2019 às 18:03

Rosatom apresenta tecnologia de pequenos reatores em seminário na Amazul

     Profissionais e especialistas do setor nuclear lotaram o auditório da Amazul para assistir ao seminário sobre pequenos reatores nucleares modulares (SMR) promovido pela Rosatom América Latina no dia 27/8. Para os empregados da área técnica da Amazul, o evento foi uma oportunidade de atualização e troca de informações.
     Após breve apresentação da Amazul, feita pelo coordenador-geral de Negócios Nilo de Almeida, o seminário foi aberto pelo presidente da Rosatom America Latina, Ivan Dybov. O executivo destacou a tecnologia nuclear como solução de energia limpa para atender a crescente demanda mundial de eletricidade com emissão zero de dióxido de carbono.    
     No seminário, os executivos da Rosatom apresentaram as aplicações de construção modular de reatores nucleares em usinas em terra e usinas flutuantes, a segurança desses reatores e usinas,  vida útil, recarga de combustível nuclear, fator de disponibilidade e aspectos econômicos. Foi apresentada também a experiência da Rosatom no âmbito da propulsão nuclear de embarcações, sua frota de navios quebra-gelo e o projeto inovador da primeira usina nuclear flutuante do mundo.
      “O principal objetivo do evento é divulgar a tecnologia dos pequenos reatores junto aos profissionais da indústria nuclear, do planejamento à construção”, observou Ruan Nunes, vice-presidente da Rosatom América Latina. Com esse objetivo, o seminário foi apresentado no dia anterior (26/7) no Ministério de Minas e Energia, em Brasília, e na Amazul que, segundo Dybov, “reúne um corpo técnico muito rico”.
     As palestras, ministradas em russo com tradução simultânea para o português, reuniram especialistas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), Diretoria de Desenvolvimento Nuclear da Marinha, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), Associação Brasileira de Energia Nuclear (Aben) e empresas como Atech e Nuclep.
    A plateia elogiou a iniciativa. O físico Alfredo Abe, do Departamento de Licenciamento da Diretoria de Desenvolvimento Nuclear da Marinha, destacou que a tecnologia do SMR está em voga pelo aspecto da economicidade, uma vez que a planta nuclear pode ser ampliada pela adição de módulos conforme a demanda de energia, e por mobilidade, pois esse modelo de reator pode ser levado para lugares remotos. “Pode ser uma opção interessante em regiões do Norte do Brasil que hoje dependem de geração de energia a diesel e têm dificuldade de acesso às linhas de transmissão. Mas é preciso ser bem estudada para comprovar sua viabilidade”, observou.
      O físico da Diretoria Técnica e de Operação da Amazul, Humberto Vitor Soares, comentou que o seminário foi uma oportunidade de atualizar a equipe e fazer contato com profissionais de outras instituições participantes. “A Rosatom é uma empresa com tecnologia avançada, bastante conhecimento e muita história”, disse. Ele sentiu falta de uma abordagem maior sobre custo e retorno de investimentos e lembrou que essa tecnologia talvez não seja adequada para o Brasil, onde o abastecimento de energia elétrica está baseado em sistema nacional interligado.
     O engenheiro nuclear Alexander Lucas Busse, também da DTO, destacou o privilégio de trocar experiências e informações com uma empresa com completo domínio da tecnologia nuclear. “O seminário balanceou bem o conhecimento técnico e a oportunidade de fazer perguntas que também agregam conhecimento”, comentou.
     A Rosatom é a companhia estatal responsável pela geração de 18,9% da energia elétrica da Rússia e detentora de 16% do mercado global de combustível nuclear.  A empresa também produz equipamentos e isótopos para medicina nuclear e pesquisa, supercomputadores e softwares, além de produtos não-nucleares inovadores. É também um dos principais fornecedores de radioisótopos utilizados pelo Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares para a fabricação de radiofármacos no Brasil.